O senso comum diz que a política é feita de gestos. Aos analistas, cabe a interpretação de cada movimento e articulação. No Maranhão, as movimentações do senador Weverton Rocha (PDT), no tabuleiro na política local e nacional, são uma clara demonstração da força crescente de um político que ainda jovem já possui popularidade e grupo superiores a muitos veteranos da vida pública.
Grupos políticos, como se sabe, costumam ser formados por vários fatores, entre eles o favoritismo e o poder ocupado pela liderança em torno da qual gravitam interesses diversos. O poder é efêmero. Há quem diga que os garçons do Palácio dos Leões não servem mais nem cafezinho a governador em final de mandato. O favoritismo é volátil, mas a popularidade permanece por gerações em políticos mesmo sem mandato.
Weverton Rocha foi eleito senador aos 38 anos e com uma votação superior aos votos recebidos pelo próprio governador do Maranhão, Flávio Dino (1.867.396 milhões), ou seja, quase dois milhões de votos (1.997.443 votos). Presidente do Diretório Estadual do PDT e membro da Executiva Nacional, tem no Maranhão o maior número de prefeitos eleitos pela legenda, nas eleições de 2020. Rocha mantém uma agenda intensa com articulações, que vão do presidente da Câmara Federal, Arthur Lira (Progressistas), do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM) às principais lideranças de esquerda do país, como o ex-presidente Lula e o ativista e ex-candidato a presidente, Guillherme Boulos.
Como liderança estadual, possui a maior base de partidos formada pelo PDT, DEM, PSB, PSL, PRB, Cidadania e PP, além de apoio dos presidentes das principais instâncias de poder político e de uma legião de prefeitos, vice-prefeitos, ex-prefeitos e vereadores. E o principal: é reconhecido pelo diálogo que mantém com líderes de qualquer partido ou movimento.
Com a anunciada filiação ao PSB, o governador Flávio Dino está ainda mais próximo de lideranças ligadas ao senador Weverton Rocha, que mantém vínculo com líderes da legenda. Com grupo, força política e popularidade, o senador maranhense cresce de forma orgânica, com legitimidade para uma disputa que será decidida por um conjunto de fatores e não por uma caneta do Palácio dos Leões.